Colégio Arcoverde

Quem passa pela rua Araújo Leite, em Valença (RJ), percebe que uma iniciativa está mudando o cenário da região. Por meio do projeto “Educação em Traços e Tons – Valença 200 anos”, 17 artistas da região foram selecionados para encher de arte o muro do Colégio Arcoverde pelo bicentenário de fundação do município, celebrado em 2023. As pinturas já enchem de cor o muro do colégio e, quando prontas, vão formar um painel de 240 metros quadrados a céu aberto. A data de inauguração já está definida – 27 de outubro – e os temas de todas as pinturas devem se relacionar com o aniversário da cidade e a educação. 

A iniciativa, promovida pela Fundação Educacional Dom André Arcoverde (FAA), mantenedora do colégio, tem produção da empresa Mimos Brasil e apoio técnico-cultural da Fundação Cultural e Filantrópica Lea Pentagna, também contará com a participação de alunos do colégio, sob orientação do artista Jonas Brandão. O desenvolvimento do painel está sendo gravado e fotografado. Posteriormente, as imagens serão editadas para a produção de um making off. 

Segundo o Presidente da FAA, José Rogério Moura de Almeida Neto, o projeto pode ser considerado um presente para o município. “Além de embelezar a cidade, essa iniciativa destaca a história e a identidade de Valença, criando uma conexão visual com o passado e o presente da comunidade. Essa forma de expressão artística é uma maneira poderosa de celebrar marcos históricos e culturais, contribuindo para a preservação da memória local”, comenta, para depois afirmar que “a ação não apenas embeleza o ambiente urbano, mas também promove a expressão artística, a criatividade e o envolvimento da comunidade.”

Dentro dos muros

A Diretora do Colégio Arcoverde, Cleide Rocha, enxerga o projeto “Educação em Traços e Tons – Valença 200 anos” como uma iniciativa inovadora, histórica e, ao mesmo tempo, contemporânea. E, como era de se esperar, além de encher de arte a parte externa do colégio, também coloriu a imaginação dos alunos por meio de uma abordagem interdisciplinar, já que envolvia arte, cultura, história. 

“Oferecemos oficinas de pintura, e aqueles que gostam, que têm habilidade, também se envolveram com projeto. E estão lá nos espaços deles pintando uma arte pelos 200 anos de Valença. Essa interdisciplinaridade foi muito importante, porque não é exclusivamente um movimento artístico e cultural, estando presente também a história da cidade”, explica a diretora, fazendo questão de enfatizar que essa experiência ultrapassou os limites dos conteúdos curriculares, enriquecendo a formação dos alunos do colégio. 

Razão e emoção em preto e branco 

Entre as artistas selecionadas está Marcela Cotrim, aluna de Medicina no Centro Universitário de Valença – UniFAA. Ela comenta que fazer um trabalho artístico em um local com tanto movimento acaba por despertar a reação de muitas pessoas, e todas têm elogiado e incentivado o trabalho. “Ter esse reconhecimento da população por estarmos contribuindo com uma Valença mais atrativa é recompensador.”

Sobre a obra que está desenvolvendo, revelou: “Quis representar a Medicina em Valença, que é um dos importantes eixos econômicos da cidade e atrai estudantes de todo o Brasil. Pensei em fazer uma figura anatômica saindo de um livro, com um coração e um cérebro de cada lado, remetendo à ideia de razão e emoção. Tudo isso emoldurado por fitas de DNA e ramos de flores, que considero a minha identidade artística. Todo o mural foi feito em preto e branco com uma textura apenas com caneta Unipaint, buscando se destacar justamente pelo contraste por estar em meio a obras coloridas”, conta a futura médica. 

São parceiros institucionais do projeto a Prefeitura Municipal de Valença, Câmara Municipal, Associação Comercial e Industrial de Valença (ACIVA), Academia Valenciana de Letras e Associação Balbina Fonseca. 

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